sábado, 17 de outubro de 2015

* A GRANDE LIBERTAÇÃO DA CRIANÇA INTERIOR: OS ESPELHOS E O CAIR DAS MÁSCARAS


A minha criança é expansiva, criativa e espontânea; não tem muros. A minha criança é alegre e poderosa e chora quando lhe dizem: "Não podes". A minha criança sonha com asas e acredita que as tem e fica triste quando lhe dizem que as asas com que sonha não são reais. A minha criança entra em choque quando é confrontada com os limites, não compreende, assusta-se muito. Um dia a minha criança disse para ela mesma que talvez estivesse errada e, portanto iria esforçar-se por ter uma conduta semelhante aos outros, de forma a que todos gostassem dela e rapidamente mergulhou na sua própria solidão, como escape ás exigências que a rodeavam e nunca se conformou.
Esta é a minha criança e eu escrevo sobre ela na primeira pessoa, porque sei que ela representa a criança com a qual muitos de vós se vão identificar de imediato.
Ora esta criança está a renascer. Está a olhar de novo para ela própria e a perceber que trilhou um longo caminho com o intuito de se valorizar. Está a ser confrontada com todas as suas feridas e com a consciência de que não quer mais aprofundá-las; que de facto é um ser único, com características e vontades próprias e que só isso merece todo o seu respeito.
E o que é que está a acontecer? Todo o acumular de tensões que desviaram essa criança de todo o seu potencial atingiu o limite. A imagem mais próxima que me surge é o saltar da rolha de uma garrafa de espumante. De repente, a nossa criança está a esvaziar tudo aquilo que não lhe pertence sem possibilidades de controlar este processo.
O que eu vos sugiro é que, de facto, não travem este processo, porque ele é muito libertador. É importante sermos fieis a essa criança, pois ela está em resgate da sua presença que é única e infinitamente criativa.
Não dá mais para fugir desta criança e acreditem que é ela própria que cria as tensões à sua volta para gerar esta libertação. Por isso, o que nos rodeia não é mais que um espelho das nossas próprias feridas.
A criança que somos está a pedir que nos desfaçamos de todas as máscaras. Por isso é tão importante ser fiel aos vários estados de humor, simplesmente expressando-os sem condicionamentos. É assim que se desfazem as máscaras!
Vamos estar gratos à criança que somos e aos espelhos à nossa volta, pois são eles que nos mostram as feridas. As máscaras nós criámos ao longo de todo o processo de formatação da nossa criança que foi confrontada com a ilusão de que expressar as fragilidades é sinal de fraqueza.
Todos estamos a sentir este apelo à libertação da criança,o que leva a que todos sejamos espelhos uns dos outros. Conseguem compreender que é um trabalho do individual disponíbilizado pelo colectivo, ou seja, por todos nós?
Este processo é acompanhado de uma tomada de consciência quase imediata das feridas pessoais de cada um, o que facilita o respectivo reajustamento.
Abraço-vos muito! heart emoticon
Helena Isabel, em profundo abraço com a minha criança interior heart emoticon

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